Você sabe o que são Itinerários Formativos?
Neste post, entenda como se formam esses caminhos para o Ensino Médio.
Para começar nossa conversa, precisamos lembrar que o conceito de Itinerário Formativo está amplamente associado ao Ensino Médio.
Sobretudo, após sua reforma de 2017.
O que são os Itinerários Formativos?
Para responder à questão, consultamos as diretrizes oficiais e percebemos explicações bastante técnicas.
Por exemplo, no Portal do MEC encontramos (editada por nós):
Os itinerários formativos são o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo […] que os estudantes poderão escolher no ensino médio. Os itinerários formativos podem se aprofundar nos conhecimentos de uma área do conhecimento e da formação técnica e profissional (FTP) ou mesmo nos conhecimentos de duas ou mais áreas e da FTP. As redes de ensino terão autonomia para definir quais os itinerários formativos irão ofertar, considerando um processo que envolva a participação de toda a comunidade escolar.
Outra explicação indispensável, a carga horária do Ensino Médio é de 3000 horas.
Dessas, no mínimo, 1200 horas devem ser destinadas aos itinerários.
Desse modo, cada rede tem autonomia para definir seus itinerários; a título de ilustração, veja estrutura da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Nela, cada ano do Ensino Médio tem uma carga de 1050 horas, divididas assim:
1ª série: 900 horas de formação geral básica e 150 horas para os itinerários formativos (Inova Educação)
2ª série: 600 horas de formação geral básica e 450 horas de itinerários formativos (300 horas de aprofundamento curricular + 150 horas do Inova Educação)
3ª série: 300 horas de formação geral básica e 750 horas de itinerários formativos (600 horas de aprofundamento curricular + 150 horas do Inova Educação).
Mas… O que são os Itinerários Formativos?
Voltando aos documentos, agora, com a BNCC.
Uma nota de rodapé nos chama a atenção:
No Brasil, a expressão “itinerário formativo” tem sido tradicionalmente utilizada no âmbito da educação profissional, em referência à maneira como se organizam os sistemas de formação profissional ou, ainda, às formas de acesso às profissões. No entanto, na Lei nº 13.415/17, a expressão foi utilizada em referência a itinerários formativos acadêmicos, o que supõe o aprofundamento em uma ou mais áreas curriculares, e também, a itinerários da formação técnica profissional. (BNCC, p. 467)
Além disso, o Art. 36 da referida lei afirma que os Itinerários Formativos deverão se arranjar em seus currículos, seguindo contexto e possibilidades, considerando:
I – linguagens e suas tecnologias;
II – matemática e suas tecnologias;
III – ciências da natureza e suas tecnologias;
IV – ciências humanas e sociais aplicadas;
V – formação técnica e profissional.
Grosso modo, podemos dizer que os Itinerários Formativos são atividades que consideram as áreas do conhecimento escolar-técnico-profissional para sua composição.
Além das aulas das áreas obrigatórias, ou seja, Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa, a estruturação de outros conhecimentos se darão por meio dos Itinerários.
Outro ponto, teoricamente interessante, as jovens e os jovens têm liberdade para escolher seus próprios caminhos para aprofundar seus interesses.
Não há uma receita (apesar de já existirem modelos), e é aqui que está a graça do negócio!
Criatividade na Composição
Uma das graças de uma Educação Significativa está na possibilidade de educadoras, educadores e estudantes desenvolverem suas habilidades e competências.
Mas não de qualquer maneira, a graça está em usar a criatividade em processos democráticos, nos quais todas as pessoas envolvidas possam ter autonomia, interesse e engajamento.
Por isso, acreditamos que os Itinerários Formativos são oportunidades para atividades e aprofundamentos da Comunidade Escolar.
Já que as diretrizes apontam a liberdade para a composição, façamos uso da Criatividade, Criticidade e Cientificidade.
Além das Habilidades Específicas e das 10 Competências Gerais orientadas pela BNCC, a Escola deve usar seus conhecimentos e gostos, em conjunto com os conhecimentos levados à ela.
Sejam esses conhecimentos das pessoas adultas ou das juventudes do Ensino Médio.
Certamente, considerando esses aspectos de liberdade para construir Itinerários Formativos, os caminhos da rotina escolar ganharão outros contornos.
E você, tem alguma ideia de Itinerário Formativo?