Você conhece a obra Pedagogia da Autonomia?

Neste post comentaremos esta referência essencial para a formação docente.

Primeiramente, precisamos falar que neste ano de 2021 comemoramos o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, nosso querido Paulo Freire.

Para isso, preparamos dois materiais, este sobre o Pedagogia da Autonomia e outro sobre o Pedagogia do Oprimido.

Ora, não há como falar em processos de ensino e aprendizagem sem citar este grande pensador nascido em 1921, em Recife. Paulo Freire é o pensador mais homenageado na História Brasileira, com mais de 30 títulos de Doutor Honoris Causa.

Pedagogia da Autonomia é seu último livro lançado em vida, com a primeira edição em 1996. O Educador faleceu no ano seguinte, apesar de ainda permanecer vivo em nossas práticas e ideais.

Contexto Geral

Vale lembrar que o método de alfabetização proposto por Paulo Freire, em 1963 formou centenas de pessoas, com apenas 40 horas de atividades.

Isso era parte de um projeto de política pública chamado Programa Nacional de Alfabetização do governo de João Goulart, mas se perdeu, com o Golpe Militar de 1964.

Por isso, nesse mesmo ano, Paulo Freire se exilou no Chile, onde permaneceu até 1979.

Em sua extensa lista de obras, Pedagogia da Autonomia é considerado um livro de poucas páginas, mas de densa profundidade para o desenvolvimento de suas ideias.

Conceitos da obra Pedagogia da Autonomia

Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.

Paulo Freire

Assim, com essa citação, percebemos sinteticamente o que Paulo Freire define como o processo de ensinar e aprender.

Além disso, reforçamos seu conceito de que quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.

Ou seja, a Educação e seus atos pedagógicos são dialéticos!

O foco principal do Pedagogia da Autonomia é a formação docente crítica e autocrítica que considera Educadoras, Educadores e Estudantes pessoas igualmente necessárias para os processos de ensino e aprendizagem.

A obra possui apenas três capítulos, mas, como já dissemos, profundamente conceituados.

1: Não há Docência sem Discência

De certo, não há como ser mais direto em sua intenção do que o próprio título se propõe.

As principais palavras desse capítulo são rigor, método, pesquisa, criticidade, estética e ética. Valores necessários ao ato de ensinar – acreditamos que para qualquer outra ação dos campos sociais, esses valores são imprescindíveis.

Além do complemento da rejeição de quaisquer discriminações, em contrapartida à compreensão e valorização dos Repertórios Culturais.

Pois este é o ponto principal, ao entender e apreciar as diferenças somos capazes de trabalhar pelo bem comum, pela construção de uma sociedade cooperativa, inclusiva, solidária e democrática.

Com isso, buscamos práticas significativas e respeitosas, diferente dos antigos métodos falhos de transmissão estéril de conhecimentos.

2: Ensinar não é Transferir Conhecimentos

Aqui chegamos ao ponto de que talvez devêssemos ter partido. O do inacabamento do ser humano […] Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre as mulheres e os homens o inacabamento se tornou consciente.

Paulo Freire

Há ideia mais bonita que essa? De que estamos em constante construção e reconstrução de nossa existência?

Assim, aproveitamos para comentar o valor das Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como o Autoconhecimento, a Cooperação e a Responsabilidade.

Neste capítulo, ademais, Paulo Freire tratará dos valores da humildade, da curiosidade, da alegria e da esperança, tão importantes para qualquer prática das esferas sociais.

3: Ensinar é uma Especificidade Humana

Em toda a Educação Básica (InfantilFund. 1 e 2 e Médio) não existe prática pedagógica sem as considerações deste capítulo.

Suas palavras-chaves são competência profissional, generosidade, comprometimento, escuta e diálogo.

Fundamentos basilares para o ponto principal: “Ensinar exige querer bem aos educandos!”

E esse bem está associado à amorosidade que não se anula com o rigor técnico.

[…] a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade epistemológica não me fazem necessariamente um ser mal-amado, arrogante, cheio de mim mesmo.

Paulo Freire

Por uma Pedagogia da Autonomia

Atualmente, com as perspectivas da Educação Integral, com as Metodologias Ativas da Educação e as Escolas Inovadoras, os discursos colocam o foco na autonomia das e dos estudantes em seus processos.

Reforçamos a importância da valorização e incentivo à formação contínua das Equipes Educadoras, não apenas na especialização técnica, mas também na formação socioemocional delas e de toda a comunidade escolar.

Afinal, na amplitude educativa, todas as pessoas aprendem e ensinam e quanto mais consciência disso, nos tornamos mais eficientes e responsáveis conosco e com quem está em nosso entorno.

E o mais importante de tudo, essa Autonomia Formativa deve sempre estar em prol do sonho, da utopia e da alegria do bem-viver em uma sociedade livre de preconceitos e desigualdades!

E você, conte para nós, quais suas experiências com esses pontos levantados pela obra de Paulo Freire?

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