Você conhece a obra Pedagogia do Oprimido?
Neste post apresentaremos aspectos essenciais desta referência mundial da Pedagogia Social.
Primeiramente, precisamos falar que neste ano de 2021 comemoramos o centenário de nascimento do Patrono da Educação Brasileira, nosso querido Paulo Freire.
Por isso, preparamos dois materiais, este post aqui sobre o livro Pedagogia do Oprimido e outro sobre o Pedagogia da Autonomia.
Desse modo, não há como falar em respeito aos processos de ensino e aprendizagem sem citar este grande pensador nascido em 1921, em Recife. Paulo Freire é o pensador mais homenageado na História Brasileira, com mais de 30 títulos de Doutor Honoris Causa.
Aqui comentaremos sua obra Pedagogia do Oprimido, um de seus livros mais conhecidos e citados em trabalhos acadêmicos das Ciências Sociais e da Educação ao redor do mundo.
Contexto Histórico
Em 1963, Em Angicos, cidade do Rio Grande do Norte, centenas de trabalhadoras e trabalhadores rurais se alfabetizaram com apenas 40 horas, diante do método criado por Paulo Freire.
Esse fato foi o resultado de um projeto inicial que ganharia corpo como política pública no Programa Nacional de Alfabetização do governo de João Goulart, mas se perdeu, com presidente deposto pelo Golpe Militar de 1964.
Com o fim de se proteger, naquele mesmo ano, Paulo Freire se exilou no Chile onde escreveu o Pedagogia do Oprimido, lançado em 1968.
No entanto, no Brasil, a obra foi proibida até 1974. Freire voltou ao país apenas em 1979.
Conceitos da obra Pedagogia do Oprimido
“AOS ESFARRAPADOS DO MUNDO E AOS QUE NELES SE DESCOBREM E, ASSIM DESCOBRINDO-SE, COM ELES SOFREM, MAS, SOBRETUDO, COM ELES LUTAM.”
Paulo Freire
Assim se apresentam as primeiras palavras de Paulo Freire, pois às pessoas excluídas e às que percebem a exclusão e lutam contra ela é dedicada a obra.
Os pensamentos e conceitos estão divididos em 4 capítulos. Seus títulos e subtítulos já falam muito por si só.
1: Justificativa da Pedagogia do Oprimido
Aqui, Paulo Freire discorrerá sobre a concepção da contradição entre Opressores e Oprimidos, com suas propostas para a superação disso.
Considerando que as pessoas não se libertam sozinhas e que ninguém liberta ninguém, por outro lado, a liberdade se conquista através da comunhão.
2: A Concepção “Bancária” da Educação como Instrumento da Opressão, seus Pressupostos, sua Crítica
Talvez um dos conceitos mais percebidos e hoje combatidos pela Educação Moderna.
Se antes os estudantes eram vistos como objetos para depósito de conhecimentos supérfluos, para a manutenção dos poderes opressores, hoje a Educação Básica (Infantil, Fund. 1 e 2 e Médio) busca processos significativos.
Além disso, visando à Educação Integral.
3: A Dialogicidade – Essência da Educação como Prática da Liberdade
Eis a ideia mais amorosa da obra.
Sem diálogo, sem interação entre as pessoas e o mundo, sem a leitura deste mundo, sem o diálogo a respeito dessa leitura, não há ato educativo, não há amor.
Isso revoluciona as relações entre educadoras, educadores e estudantes.
Pois qualquer ato pedagógico, para chegar a algo construtivo e significativo precisa passar pela dialogicidade.
4: A Teoria da Ação Antidialógica
Enquanto a dialogicidade liberta, por permitir a comunhão entre as pessoas envolvidas nos atos pedagógicos.
De outro modo, a antidialogicidade aprisiona as pessoas oprimidas em suas condições, fortalecendo os opressores:
“O antidialógico, dominador, nas suas relações com o seu contrário, o que pretende é conquistá-lo, cada vez mais, através de mil formas. Das mais duras às mais sutis. Das mais repressivas às mais adocicadas, como o paternalismo.”
Paulo Freire
Infelizmente, apesar de nossos esforços contrários, ainda há muita antidialogicidade em diversos âmbitos sociais.
A Luta pela Pedagogia do Oprimido
Nos últimos anos, Paulo Freire tem sido atacado por frentes antidemocráticas que ganham certa ascensão em nosso país.
Em tentativas absurdas de descrédito propostas por políticas opressoras.
Mas sabemos que os movimentos de luta pela liberdade são assim, cíclicos, por isso merecem constante diligência e ação.
Ademais, vale dizer que a opressão é uma sombra presente em todos os cantos, sejam eles na vida particular, profissional e coletiva.
Paulo Freire vive em seu centenário, marcando a força de seus ideais e compromissos, instigando nossa vontade de construir uma sociedade justa, inclusiva, cooperativa e democrática.
E você, o que pensa sobre o patrono da Educação Brasileira?