Em um mundo cada vez mais colaborativo, é necessária uma pedagogia que promova a cooperação.

Experimenta-se uma sociedade que não necessariamente representa muitas pessoas, quiçá, realmente representa a maioria das pessoas, mas acaba havendo um impulso e um direcionamento muito forte e até cômodo para continuar com ações e pensamentos já padrões.

Com o passar dos anos e advindo de novas eras vivemos muito mais um conceito de era de escassez e com isso o fortalecimento da competitividade, da exclusão.

Ativa-se assim, uma maneira de pensar simplista e linear, não observando o
sistema como um todo e deixando de lado o pensamento sistêmico e complexo.

Pode-se atualmente perceber um caminho para a mudança. Com uma nova sociedade buscando o compartilhar ações, sonhos e casas, buscando agir pelo presente e pela verdade.

Vive-se a quarta revolução industrial, neste cenário existe um conjunto de
tecnologias em sinergia que deverá impulsionar essa revolução, como a realidade aumentada, a robótica, a nanotecnologia, a inteligência artificial, a impressão 3D, big data (análise de grandes volumes de dados), biologia sintética e a internet das coisas (conhecida como IoT), ou seja, cada vez mais equipamentos, dispositivos e objetos conectados pela internet.

O que está acontecendo é uma forte conexão entre o mundo físico, o mundo digital e o mundo biológico, nós.

Esse processo de transformação só beneficiará quem for capaz de inovar e se adaptar.
“Ser disruptivo é o padrão modelo para executivos e cidadãos, mas continua sendo um objetivo complicado de se colocar em prática”, segundo o estudo do Fórum Mundial Econômico.

Para tanto é necessário uma ação e pensamento sistêmico para resolver
esses e novos problemas complexos que são apresentados.

Projeto Cooperação

A Pedagogia da Cooperação é uma abordagem desenvolvida pelo Projeto Cooperação, oportunizando reflexões sobre a competição e seus resultados, a expansão da atitude cooperativa como capacidade genuína do homem e a restauração das relações humanas.

Em outras palavras, Fabio Brotto (2018), um dos idealizadores, afirma “O propósito essencial da Pedagogia da Cooperação é criar ambientes colaborativos onde cada pessoa, grupo, organização e comunidade possa VenSer plenamente quem é para poder SerVir mais completamente ao bem comum”.

Inicialmente, com a proposta de uma abordagem de Design Cooperativo a Pedagogia da Cooperação apresenta um ciclo de práticas para transformar o ambiente, as ações e a forma de pensar para conseguir a solução de problemas complexos, a transformação de conflitos interpessoais, o atingimento de metas de produtividade com felicidade e a realização de sonhos e objetivos comuns.

A Pedagogia da Cooperação com o propósito essencial de criar esses ambientes cooperativos permite e principalmente dá abertura para as pessoas serem quem realmente são e fazer o que podem e são aptas a fazer, cuidando de um espaço aberto para ensino e aprendizagem.
Iniciando o olhar e a prática da Pedagogia da Cooperação são apresentados os 4 princípios: Co-existência, Com-vivência, Co-operação e Comum-Unidade, apresentados como presentes em toda dinâmica da vida em sociedade, como princípio da vida.

Princípios da Pedagogia da Cooperação

1o Princípio: CO-EXISTÊNCIA.

Em primeiro lugar, devemos ter a consciência que estamos ligados a tudo e a todos. Seja então, influenciando e sendo influenciado por um universo que vai além do que possamos perceber no primeiro momento e num primeiro contato.

2o Princípio: COM-VIVÊNCIA

Depois disso, permitir que nos reconheçamos nos outros, nas nossas diferenças e semelhanças.

Da mesma forma, permitindo uma troca de aprendizados e ensinamentos, com saberes, comportamentos, percepções e trajetórias e respeitando o tempo de cada um.

Portanto, assumimos cada um de nós como um ser inteiro, integral e completo.

3o Princípio: COOPERAÇÃO

Certamente, devemos exercitar a corresponsabilidade nas relações humanas, como uma prática diária, nos percebendo seres naturalmente cooperativos.

4o Princípio: COMUM-UNIDADE

A existência de um ambiente para o Espírito de Grupo, possibilitando a liberdade individual e o relacionamento com outros, e a construção de algo que só é possível em grupo, mas pela soma das diferenças de cada um.

Para isso, Margaret Wheatley e Myron Kellner-Rogers (1998) apresenta a importância de identificar semelhanças (o que nos uniu e o que esperamos produzir unindo-nos com outros) e acreditar no potencial coletivo (O que acreditamos ser possível em conjunto que não é possível
isoladamente).

Procedimentos de Apoio

Inicialmente, para apoiar o Processo de pedagogia da cooperação e a prática no cotidiano são integradas diferente referências de práticas estratégicas e pedagógicas, por exemplo os Jogos Cooperativos, Danças Circulares, Diálogo, Comunicação Não-Violenta, World Café, Open Space, Dragon Dreaming, Investigação Apreciativa, Práticas Meditativas, Processos Circulares, Oásis, MusiCooperação, Design Thinking, Transformação de Conflitos, Mesa e Cadeira, Change Lab, Terapia Comunitária e Aprendizagem Cooperativa.

Acima de tudo, os Procedimentos entram como práticas teóricas, o “como fazer”, que podem servir como base para a utilização desses Processos, visando transformar ambientes e promover a Cultura da Cooperação em diferentes lugares e situações.

1º Procedimento: Centro e Círculo

No círculo todos se vêm e são vistos por todos, reforçando a inclusão e a
horizontalidade. Em conclusão, o centro fortalece a unidade e a lembrança de algo em comum nos une.

2º Procedimento: Ensinagem Cooperativa

Em primeiro lugar, “Ensinagem” representa a síntese entre o ensino e a aprendizagem, onde um co-existe com o outro.

Partindo do mais simples para o mais complexo, mas passando
desde o indivíduo consigo mesmo, para com o outro, com o grupo e com a
comunidade.

  1. Convivência, aprender na e com a prática, experimentar para reconhecer a si mesmo e aos outro.
  2. Consciência, buscando melhorar a participação, o prazer e a aprendizagem, cria-se momentos de reflexão e auto-avaliação, permitindo espaço para modificações de comportamento.
  3. CompartilhEssência, momento para compartilhar percepções e
    descobertas.
  4. Transcendência, permitir mudanças de comportamento para perceber e
    fortalecer o aprendizado.

3º Procedimento: Do Mais Simples Para o Mais Complexo

Evolução gradativa do indivíduo para o grupo e para a sociedade, ir proporcionando atividades inicialmente introspectivas para por fim chegar as com maiores interações.

4º Procedimento: Ser Mestre e Aprendiz

Da mesma forma, fortalecendo mais uma vez a importância do compartilhar e estar aberto a aprender, cada um no seu momento, observando o momento de ajudar a cooperar e perceber que necessita de apoio.

5º Procedimento: Começar e Terminar Junto.

Portanto, é de todos, é por todos e é para todos.

Como práticas e saberes a serem construídos nas atividades colaborativas são apresentados momentos que podem ser desenvolvidos linearmente ou intensificados conforme as necessidades do grupo. São elas:

1ª Prática: Fazer Com-Tato | Saber Conectar.
2ª Prática: Estabelecer Com-Trato | Saber Cuidar.
3ª Prática: Compartilhar In-Quieta-Ações | Saber Compartilhar.
4ª Prática: Fortalecer Alianças e Parcerias | Saber Confiar.
5ª Prática: Reunir Soluções Como-Uns | Saber Cocriar.
6ª Prática: Realizar Projetos de Cooperação | Saber Cultivar.
7ª Prática: Celebrar o VenSer | Saber Celebrar.

As Virtudes da Pedagogia da Cooperação

Lembrando que para praticar a colaboração necessitamos das pessoas e a disponibilidade para isso.

Depois disso, levantamos e apresentamos as quatro virtudes que devem ser verificadas.

  1. Desapego: estar com apenas com o necessário, sem bens materiais e sem
    julgamentos e rótulos;
  2. Integridade: estar inteiro, em suma, como se é verdadeiramente;
  3. Plena atenção: estar presente, no aqui e agora;
  4. Abertura para compartilhar: se permitir sair com mais do que chegou, entregando.
    O que carrega e recebendo o que se é presenteado e presenciado.
    A Pedagogia da Cooperação vem com Princípios, Processos, Procedimentos e Práticas orientando atividades cooperativas em busca de soluções complexas e de valor comum. Precisa ser ativa e precisa ser vivida em todos os contextos da vida.

Conclusão

Em conclusão, eu, Lucas de Briquez (não sou o autor do texto) afirmo que na Teia Multicultural cooperar e cocriar faz parte do dia a dia não só dos alunos como também de toda equipe de educadores. Acreditamos que promover práticas cooperativas é fundamental para que tenhamos um futuro mais inteligente, criativo e amoroso.

Portanto, pretendemos com esse post, inspirar educadores e gestores escolares para que implementem a pedagogia da cooperação em suas escolas.

Espero que você tenha apreciado o post e se sentir em seu coração, deixe um recado para nós. Para nós é muito importante te conhecer!

Se quiser conhecer mais sobre algum assunto, também pode deixar um comentário que prepararemos um post para você, claro, se pudermos.

Aliás, se você quiser escrever para o nosso blog, pode me mandar um e-mail, podemos conversar e, quem sabe, poderemos cooperar desta forma.

É claro, te fiz o convite mas esqueci de deixar o meu endereço: lucas@teiamulticultural.com.br.

Depois disso, já sabe, é só entrar em contato.

Somos um!

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